quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cora





Cora era menina danada. Desde pequena era dada às coisas loucas e nunca parecia feliz ou satisfeita.
Estudou e formou-se com louvor mas nada lhe preenchia. Tentou ir á Igreja mas também não adiantou.
Amou uns três homens, enganou dois e dormiu com oito. E nada lhe agradava. Era dada à passeios solitários e tristezas sem fim. Não tinha família e cortou seu útero para não dar tristeza à filho algum.
Decidiu que morreria em um dia quente de verão. Ela já nem era viva por dentro. Nada lhe prendia à terra e ela, como imaginava, não faria falta.
Cora jogou-se de seu amado vigésimo quarto andar. Em um último pedido de apelo, a vida lhe deu as costas
[e ela, docilmente, abraçou a morte como amiga e eterna companheira.

( Para Lucas, O Batista. Que me ajuda quando as ideias parecem falhar)

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