domingo, 29 de abril de 2012

então você estava aqui?
todo esse tempo, em todos os meus medos, vendo minhas dúvidas,
você estava aqui?!
lembra de quando eu larguei tudo pra ser seu braço esquerdo?
de quando eu chutei o balde o toquei o foda-se pra todos, menos pra você?
você estava aqui perto, moço?
viu meus soluços?
teve pena?


[então porque não me tirou da sarjeta quando podia?]
não.
não permito levar rasteiras e continuar no chão.
não me permito chorar e deixar que as pessoas vejam
não me permito morrer por tudo
não me permito adoecer, perder os dias por conta da chuva
ou do estresse ou do desapego.
não deixo que ninguém esfrie esses dias que eu lutei
para manter tão quentes


todas as noites
eu continuo implorando ás estrelas,
aos céus, aos ventos
que eu seja para ti
exatamente o que tu és pra mim.

você anda colorindo tudo, me fazendo viver trinta dias sem querer morrer.
sem essa de problemas. nem me faça duas juras. uma basta, diz só que eu tenho as tuas mãos.

ela abriu a janela, a porta, o coração. deixou a vida entrar.
doeu, plebeu. e como.
mas lá estava ela, esperando aquela fala mansa, aqueles cabelos escuros, aqueles olhos densos.

ela esperava cor naquele dia cinza e luz na noite escura.
levavam-se para a praia, para o forte, para a pedra.
e ali ficavam, fitando a lua alta.
enlouquecendo, se rendendo.

na loucura de pertencerem á outras vidas
e outros caminhos
e corpos
e idas

sexta-feira, 27 de abril de 2012

como de costume
essa noite passou por mim como as outras.
visitei a insônia
e fiquei te lamentando
nos inventando
e chorando
e te querendo
e odiando
eu sei
que você me olha e vê a escuridão em pessoa
não se leva pelo meu meio sorriso
e sabe que é na noite que eu me encontro.
você
deve ter as piores impressões de mim
e nem por isso me deixa
por isso me suporta
me beija sem tréguas
[e nunca nos dá um fim.
minha boca
minha sombra
abstratas
minha voz
minhãs mãos
obras-putas
meus olhos
calmos
cálidos densos
meus olhos
nos procuram
[e nos tem
luxúria


coisa de pupila
que dilata ao vê-lo:
corpo gosto cheiro
som de mete_
oro

tonteio tanto quanto
dedos dele tateiam
tentam tocam [traquejo]

fervo & aguo no entre_
meio

é coisa de papila
y me gusta
lambê-lo

(Valéria Tarelho)
minhas intenções com você?
as melhores (e mais loucas, e insanas e infernais) possíveis.

quase adeus moderno

'' - Tá com olheiras. Você tem que dormir, moça. Eu vou te dar um relógio pra você se programar. ''
Ele dizia, lambendo minhas lágrimas, enquanto eu chorava sem parar naquelas mãos que levavam meu mundo [que naquele momento parecia escuro, e deixava de girar]

não aos homens

Vou cortar meus pulsos
Secar meus olhos
Lavar meus cabelos
Vestir uma roupa
Retinindo em vermelho
Quebrarei as xícaras,
Rasgarei meus livros
E darei um fim
á esse nosso terrível apego

terça-feira, 24 de abril de 2012

Eu faço mil feitiços
e enrosco nossos lábios [escondidos
te levo à parte mais escura da velha ponte inglesa
me abraço, te afago, nos refaço
e deixo você conhecer meus segredos
gravados á sangue, ferro, suor e aço.
Eu me joguei em você.
O chão chegou mais rápido, sabe
Quebrei os dentes. A cara. O orgulho
Mas de repente, lá ia eu de novo
[em busca dessa viciante sensação de amor esgotado]

Neve

Fazia sol em Berlim
Quase um milagre.
A voz do Führer rugia;
Escurecia.
Um nazista e uma judia se amavam em um beco, certo?
Parecia uma piada
Típica das frotas.
Mas de fato houve:
No meio da poeira, era uma cena linda.
Mais um beijo. Um gemido.
Amanhecia.
E aquela não era uma piada.

É que tá tudo confuso, moço.
Já visitei mil consultórios e conheci três divãs.
Briguei com o espelho, com o amigo. Com o pai, com o mundo.
E o buraco que há em mim já nem pode ser preenchido com nada.
Parei de tomar café e abandonei, por hora, meus mil livros.
Eu não irei mudar, e esse vazio que tenho, encherei de vento. Quem sabe na esquina certa ele não faz um barulhinho?
Hoje eu acordei e rasguei minhas cartas nunca entregues.
Porque agora, tudo está torto. E tudo tem sentido.
Eu irei acabar com esse mundo, antes que ele acabe comigo.


E ontem, depois que você foi embora, eu senti sua falta.
Eu quis ter te beijado, e mordido seu lábio. Roubado seu cheiro.
Senti umas saudades imensas da sua voz, e do seu sorriso.
Quis me perder nos seus braços e repetir que o amo. E que te preciso.
Queria correr, te puxar. Ser louca.
Mas te vi indo embora.
Levando-me contigo, no despontar da noite densa.

menino

Cara, não se envolve.
É que minha vida tá confusa, e você não merece isso.
Foi legal, eu te amo. mas não existe paixão.
É que eu não tiro seus lábios de mim e não esqueço o quanto o seu coração estava batendo.
E seu jeito marcou meus sonhos e seus dedos estão no meu pescoço.
Nossa realidade é cruel e a minha vida não pode ter nós dois. Você é um menino, eu, uma mulher.
Você parece não querer futuro e eu sonho demais.
Entenda: nosso amor começa na noite [e termina na madrugada

( Para as minhas coisas lindas, Illyana & Sully. Amo vocês!)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

E por alguns minutos,
minhas borboletas
sumiram da face da terra
e tudo ficou escuro
negro
nostálgico
como minha vida
como sua ida
como uma foto
em um filtro preto e branco.

[Sou uma má pessoa pelo fato de ser boa?]

Pra ele eu dancei valsa, lavei os cabelos e usei até batom vermelho.
Por ele eu rolei ribanceira abaixo e cheguei suja, mulher, fodida.
Com ele eu pulei o muro, dormi três vezes no escuro.
Ele, sem mim, viveu. Correu. Por que ele, amigos, não me conheceu, não fechou minhas feridas e tampouco entendeu meus jeitos.
Eu, as palavras, a arte, a vontade. Poeira ao vento. Eu sou um copo, repleto de ódio, ternura. Suor, sangue e lágrimas.
O mundo cresceu e eu irei explorar. Escrever, chorar e eternizar a pintura dos muros.
É que ontem, outra boca chamou por mim e eu neguei três vezes. Fugi.
Parei, olhei pra ele e vi que o brilho se fora.
O que restou? Meu traço de melancolia, escrito à sangue e uma faca especial, que corta até as amarras mais densas.





[in]sanidade

[...] 
    - Pronto? Ela perguntou
    - Espera! Ele dizia, mãos atadas às suas
    - Cê' sabe que quando sairmos daqui, a realidade será quase outra
    - É, mas vai dar certo. - dizia o moço. Então deixa eu me despedir daqui, moça.
    Mãos. Um passo. Abraço. Lábios, língua, dentes, saliva. Sorriso. Vontade.
    Ela riu
    - Só não vai gostar demais disso moço!
    - Só se for de novo, ele sussurrou.
    Tenho certeza que os dois contaram até três e pisaram na calçada.
    - Tá tudo bem moço?
    - Sim!
    Abraçaram-se.
    Amanhecia e a lua não ia embora, queria curtir até o fim o resultado da insanidade jovem. Queria acompanhar aquela estória dos dois, que começava na noite e ia embora na madrugada.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012




eu direi seu nome mil vezes
e desse encantamento, serás todo meu;
serás para meu corpo
o desejo mais bandido
e para a minha alma
meu poema mais intenso
[e proibido
é que já se passaram tantos dias
desde minha última visão da sua face
que eu nem conto mais
o vai-vem do tempo
[na esperança de tê-lo logo
escrevi meu nome na parede em frente a tua casa
como um grito, um apelo
como se desejasse, ao menos uma vez, que você de fato
lembrasse de mim

não me prometa o céu, o sol ou todas as estrelas
só me beije muitas vezes, abrace-me bem forte
nem converse comigo, eu sei que nossas ideias não se cruzam, e você é alienado.
senta aqui, aproveita nosso tempo.
é que o sol já tá se pondo
a lua vai clamar por mim
e eu preciso sair pra rua
pra traçar o meu caminho

segunda-feira, 16 de abril de 2012

felicidade? paz interior? paixão avassaladora?
Não mais plebeu!
senta aqui, respira fundo
vamos apenas viver.

dia

colocar a roupa pra lavar
tarefas. deveres. falar. andar
gritos. sussurros. mas nunca a perda do barulho
luz, sol. mas agora quero sombra, porque o calor ta matando
chave pra entrar. chave pra sair
um beijo, dois queijos. café
aspirina. engov. e até rivotril
essa ressaca me mata, mas nem por isso eu deixo de sair
atender as ligações, dizer que ama, dormir junto aos sábados.
agradar á mamãe, sorrir quando mandarem
gritar nas escadas vazias, bater com a mochila nos degraus. xingar o mundo, a mãe, o pai
a sociedade, a igreja, a falta de juízo, de dinheiro, de nexo
ideias ideias ideias. que nem vem. que me deixam
ninguém disponível e lá vou eu comer enlatados.
sozinha, nua, com nada. sem tudo
ser rebelde, dançar sozinha
morrer de amor. e de dor. e me acabar em me matar
senha de banco, saldos e extratos
beijar o mesmo cara
mundo. me mata, me adoece, me vira do avesso.
rotina. que arranca cada pedaço novo
do meu eu velho e sem graça.



eu resisti
eu disse não
eu te larguei.
até que na noite fatal
a mulher saiu de mim
vagou, bebeu e conheceu a noite
fingiu amores e sorveu dores.
ela viveu, sentiu. foi até feliz
pelo menos uma vez na vida ela soltou as amarras
e fez tudo aquilo que sempre quis.

Se você fez, tá feito
fez porque é humano,
teve vontade
e nada apagará esse ato



recebi sua mensagem e li dez vezes
não sei porque ou pra quê
mas de certa forma, senti suas mãos em meus cabelos
e sua boca de lábios quase proibidos
[lembrei dos segundos que eles passam tocando os meus

sábado, 14 de abril de 2012





ele não fala muito o que sente
por isso, quando ele se abre
eu fecho os olhos
abro um sorriso
e acredito em cada palavra que sai daquela boca de lábios rosados


O tempo passa tão rápido, mas parece que ele congela as coisas boas. Há 18 anos a Geração X ficou um pouco órfã com a morte de Kurt Cobain, mas ele jamais vai perder seu lugar no coração de quem viveu o Nirvana! E eu digo com certeza: quem não sabe quem foi esse cara, precisa voltar e respirar. Simples, intenso, inteligente e até bobo. O cara era incrível! Como pode tanta coisa bacana sair de uma cabeça só? Como pode uma pessoa dizer tantas coisas em poucas palavras? Eu sempre me pergunto por que essas pessoas se vão [...] 

sexta-feira, 13 de abril de 2012



eu sempre direi que o amo
não peça favores
ou que eu me jogue de uma ponte por você
eu digo que o amo
e é sua opção
crer ou não
e eu queria que você sempre me desse essas sensações boas e esses arrepios de alegria, de quando eu lembro que tu existes [..]
hoje eu tô abusada!
vou tirar minha roupa
e deixar quem quiser tocar
meu lindo par de asas
comemorei o Dia do beijo
enfiando minha língua
nas estrelas do céu da tua boca

buter.





e pra você eu desejo
música, confusão
e um jardim
repleto dos mais variados sorrisos.
um caminho
guiado pelas mais lindas borboletas

( para Andson Bergman )
resolvi sair dessa
quando você implicou com meu olhar, meu cheiro e meus cabelos.
te disse adeus
quando você quis me empurrar soberania goela abaixo;
Moço, entende de uma vez:
EU sou minha senhora! EU sou minha rainha.
e não vai ser meio homem que mudará meu caminho
de mulher e meia
você pensa que me conhece
só porque beija meus lábios,
cheira meus cabelos
e divide meu sono nas noites sem luar
[que fazemos questão de incendiar

tara

é eu abrir as pernas
e você insistir para fazer a velha oração
agradecendo pelo que há entre elas

mocidade

levou-me para andar
conhecer as jangadas do Mucuripe.
em dado momento, beijou meus lábios, desceu a mão pelas minhas costas
disse que eu era sua
eu, toda dona de mim, aceitei esse fato
e quis ser sua mulher [e puta
pelo resto dos meus dias

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Essa já é a quinta vez que me olho no espelho em vinte minutos. Meus olhos estão inchados e minhas comentadas olheiras pioraram.
Já estou na décima xícara de café e na quarta aspirina desde o meio dia. Não levantei direito, nem banho tomei e estou inalando o lençol em que nos deitamos.
Nem tenho mais unhas para roer e minha alma dói tanto que dá vontade de gritar e arranhar as paredes desse quarto que te contém em cada centímetro e que contém seu cheiro e seu sorriso nas manhãs de domingo.
Minha cabeça dói, meu rim esquerdo chuta e minhas lágrimas descem gordas pelos meus olhos e cabelos e ouvidos.
Amanhã o sol vai nascer e minha rotina começa. Já pensei em mudar de planeta, mas não posso desistir assim. Tentei sair de casa, mas até as escadas nos contém. Parei, olhei em volta e caí novamente num pranto profundo. Gritei seu nome três vezes nas escadas vazias e escuras e você não apareceu. Já sussurrei por você milhares de vezes, e de nada adiantou.
Lembrei do oceano vazando de mim e de você pegando essa água salgada e dolorida nos dedos e levando até a sua boca e dizendo que vai me esperar e que eu não sou de mais ninguém.
Toquei meus lábios mais uma vez, e mais uma vez desejei a textura dos seus. E mais uma vez eu chorei. E me cortei.
Nada clama por mim, e essa sensação de vazio não passa.
Será que se eu pedir a Deus você vem? Me acalenta? Se ele existe, vai fazer isso por mim, eu não sou tão má.
Pensei em ir até sua morada mais de cem vezes desde a hora em que você saiu, mas esse impulso sempre se recolhe. Pensei em te dizer mil coisas, te liguei duas vezes e desliguei no primeiro toque.
O café acabou de acabar e eu tenho a certeza de que vou enlouquecer de vez. Não penteei os cabelos e estou sem roupa, a espera de você, que não mais virá hoje. Mamãe escondeu as aspirinas, segundo ela, isso me faz mal. Mas mal, eu já estou. E bem eu só ficarei quando você pra mim voltar; quando tocar minhas mãos e jurar que vai me deixar fazer certinho dessa vez, que vai deixar pular fora essa minha menina má.



quero que sejam eternos
esses loucos arrepios
que surgem quando nossas peles se tocam

luz







E tem coisa melhor que o sol abrindo
seu sorriso e um beijo
no começo de cada manhã de domingo?




quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cora





Cora era menina danada. Desde pequena era dada às coisas loucas e nunca parecia feliz ou satisfeita.
Estudou e formou-se com louvor mas nada lhe preenchia. Tentou ir á Igreja mas também não adiantou.
Amou uns três homens, enganou dois e dormiu com oito. E nada lhe agradava. Era dada à passeios solitários e tristezas sem fim. Não tinha família e cortou seu útero para não dar tristeza à filho algum.
Decidiu que morreria em um dia quente de verão. Ela já nem era viva por dentro. Nada lhe prendia à terra e ela, como imaginava, não faria falta.
Cora jogou-se de seu amado vigésimo quarto andar. Em um último pedido de apelo, a vida lhe deu as costas
[e ela, docilmente, abraçou a morte como amiga e eterna companheira.

( Para Lucas, O Batista. Que me ajuda quando as ideias parecem falhar)

visão







Eu sentei na Visão do Inferno e lhe esperei. Olhe pra trás, andei, sentei e levantei de novo.
Deixei que a leveza entrasse em mim, mas nem isso resolveu. Você não pôde ir, e por enquanto, nada estava bem.
Hoje, não pude sorver seu cheiro, tampouco brincar com seus olhos.
Hoje o dia demorou a passar e a noite custará a ir embora, pois você, bem, nem está aqui.
Você pra mim mostrou-se bem mais do que eu imaginava.
Hoje eu não terei sua voz, seu jeito lindo. Hoje eu não irei aquecer seus dedos frios. Não irei ouvir sua voz nem serei embalada pelos seus braços quentes.
Hoje, eu não agradecerei sua existência em mim, e nesse mundo que me deixava tão morta.
Quero mostrar pra você as outras faces do mundo. Vira-lo do avesso, esquecer seu endereço.
Porque hoje, o cheiro dos meus cabelos não marcará diretamente sua pele. E eu irei me contorcer, e esquecer e assistir mais uma noite ir embora, sem a distração de sua cabeça virando, das suas mãos me tocando e daquele velho embaraço que a insanidade trás.

terça-feira, 10 de abril de 2012

contras

eu sei, eu jurei que não ia escrever hoje. E jurei que não ia te escrever.
Mas tá tudo tão escuro aqui dentro moço.
Doeu ver minha única certeza sair por aquela porta e levar minha coragem.
Eu vou te procurar moço. Vou seguir você até o inferno. Jamais lhe deixarei só.
Só promete que me espera, moço? Jura que vai me entender? E que não vai ter raiva de mim?
Meu caminho sempre foi quebrado, e de certa forma, era você quem concertava
Você é tão lindo moço. E tão corajoso em brincar com uma louca incerta
Mas por favor, não deixa de me notar moço? Não deixa de passar a mão pelos meus cabelos e me envolver nos teus braços?
É que o cheiro da sua roupa ficou em mim e eu nem quero mais tomar banho. Se eu tomar banho, perco seu último vestígio e sou capaz de me afogar em tanta tristeza.
Queria seu consolo, você, torto, prometendo que é meu, e que ainda vai me aceitar.
Queria que você entrasse por essa porta, que espantasse esse medo, essa porra louca, essa tristeza.
Hoje meu sol brilhou, mas eu tô com frio.
O mundo é feio, e me adoece tanto moço.
E agora eu nem tenho mais sua válvula, nem seu hálito descendo pela minha boca, nem sua mão no meu pescoço, descendo pelos meus seios.
E agora eu tô fodida. Fodida, sozinha, inútil. Sem ninguém. E o pior, sem você

segunda-feira, 9 de abril de 2012


meninota




minha vida, meus conceitos, meus amigos, minhas músicas, meus livros, minhas manias, meus palavrões, minhas opções, minhas ideias, minhas opiniões, minhas caricaturas, minhas emoções, meus tombos, meus sorrisos. Meu mundo. Minhas Regras (:

Convite





eu vou manter meus braços abertos
caso você queira se manter neles
caso me aceite torta, errada, com as unhas roídas, a alma cansada
me ame sorrindo, com amizade, sem muitas perguntas
eu estarei aqui para aquecer-lhe no frio e ser luz quando tudo apagar
vou esperar gentilmente o dia em que retornaremos de mãos grudadas, com o vento no rosto
sem dúvidas a esclarecer

Alienou-se?




dia

Hoje o moço do banco me viu comendo as unhas. Ele me mandou parar de comer minhas unhas.
Segundo ele, faz mal, unhas contém bactérias.
Sorri e segui seu conselho. Cheguei em casa e comi meu coração no ápice da minha ansiedade.
Resultado: fui parar no hospital. É que não tenho um coração tão puro, e meu próprio veneno me fez mal.

sábado, 7 de abril de 2012

elle

Você me veio em uma parte em que eu achava desesperadora essa coisa de não ter respostas.
Hoje? Eu prefiro você assim, vivo, curinga, proibido.
[Pra mim.

Choque





Fazemos questão de deixar claro, que a calçada é nosso limite.
Eu faço questão de dizer que nossos braços precisam ser livres
E ele me puxa da realidade a cada passo, no verdejar daquela grama, com um sorriso bobo, me atrapalhando
me ganhando, me tomando, cheio de insanas e inexplicáveis intenções.
Porque hoje, o cheiro da sua blusa mapeou minha pele e suas mãos estão nos meus cabelos.
E eu nada mais quero, e nada mais tem nexo.
Tudo vira névoa quando nós soltamos, quase sem querer,
nossas vidas prometidas à outros.

constelação




Sim, eu estava tensa.
E medrosa.
Mas foi você chegar e transformar meu olhar em verdadeiras estrelas
[e o mundo todo deixar de girar

Die or die




Porque é proibido. Talvez relativo.
E a cada vez que te vejo, corro pra contar tudo ao meu diário.
Parece até minha sentença, meu apelo, meu grito, meu desejo.
Meu obituário

imã




Eu combino com você
Tal qual polícia e ladrão
mocinha e bandido.
Não tenho medo de você
E ainda te chamo
Pra brincar e jogar
Com a cara do meu perigo

sexta-feira, 6 de abril de 2012


Lado esquerdo:

“Eu sou hemisfério esquerdo. Eu sou um cientista. Um matemático. Eu amo o que reconheço. Eu classifico. Eu sou exato. Linear. Analítico. Estrategista. Sou prático. Sempre no controle. Um mestre das palavras e linguagem. Realista. Eu calculo equações e brinco com números. Eu sou a ordem. Eu sou lógico. Eu sei exatamente quem eu sou.”

Lado direito:

“Eu sou hemisfério direito. Sou a criatividade. Um espírito livre. Sou paixão. Sou saudade. Sensualidade. Eu sou o som de gargalhadas. Eu sou o gosto. A sensação da areia nos pés descalços. Sou movimento. Cores vivas. Sou o anseio de pintar a tela em branco. Sou a imaginação sem limites. Arte. Poesia. Eu percebo. Eu sinto. Eu sou tudo o que eu queria ser.”

Zero




Já não sei se é legal
Não é bonito o que fazemos ?
Eu gosto do que faz mal
Mas faz mal gostar e nós sabemos

Se o respeito é maior que o desejo
A insanidade se torna uma alternativa fútil
Saber controlar ou mesmo sentir medo
Me deixa mais frio, triste, fraco... me deixa inútil


( Lucas Batista Vieira )

Obituário




Todos os dias, eu morro. De amor, vontade e desejo. Morro por querer e proteger. Morro de saudades, tristeza, angústia. Morro de alegria, tesão e tédio. Morro de ódio, nostalgia e depressão. Morro de sede, fome e frio. Morro sozinha, morro com gente, morro por ele. Me desfaço por ligar, tocar seus finos lábios e passar a mão naqueles negros cabelos. Morro em beijar aqueles olhos, desenhar seu rosto e mordiscar suas orelhas.
Eu morro a todo segundo, e ao mesmo tempo revivo para gozar essas coisas, que de tão intensas, chegam a acabar comigo

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Saudades







miss miss miss U


animal





Eu senti uma coisa ótima
Quando tomei de você
As certezas e porquês.
Quando te converti à minha existência, quando te apresentei à minha indecência.
[Foi lindo ver seu sorriso inocente
Desfigurar-se em desejo insano]

Another




aceita que será assim:
um abraço, vários beijos
não se apaixone.
au revoir!






18 anos sem Kurt Cobain. Eu poderia dizer que lembro dele, e que conheço bem, mas não. Nasci após sua morte e tive meus ouvidos acostumados com sua música bem cedo. Seu estilo e suas não regras fascinam e dão medo. Onde quer que ele esteja, esteja bem. Ouvi dizer que bem ou mal, sempre há festa com ele por perto. E eu irei amar Kurt. E o Nirvana, sempre.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

peculiar

é eu falar 'syn'
pro moço derreter por mim

Childhood


Íntimo

E quantas vezes minha maquiagem de palhaço borrou naqueles corredores brancos e tristes. Quantas histórias eu ouvi de seres que pareciam nem ter mais voz. E quantos sorrisinhos me marcaram, e quantos abraços ainda me seguem. Cansei de chegar tarde da noite, exausta, sem forças e sorrir, quando lembrava dos meus pequenos naqueles leitos que abrigavam tantas histórias. A vida de quem faz trabalho social em hospital não é fácil, e isso eu enfrento desde cedo. Dar a mão quando você acha que não há luz, engolir as lágrimas e ser a heroína até daqueles pais fortes, desesperados. Aprendendo a agradecer silenciosamente, a rir diante dos berros e a contar estórias com a voz trêmula, pequena, atingível. Eu olhava as situações e queria dar mais que um afago, um doce, um livro. Queria ser tudo em uma, quase a Mulher Maravilha. Mas o máximo que eu fazia era segurar o choro, correr pro banheiro e retocar a tinta guache no rosto. Já dizia Antoine Saint 'tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas'. Eu havia cativado aqueles pequenos, e nós éramos um só agora. Haviam dias que eu fazia vezes de psicóloga, segurava lágrimas gordas de mulheres que tinha a alma arrasada. O medo, a vergonha. Quando eu saí debaixo da asa da mamãe e escolhi esse lado, descobri que não sabia o que era dor. Meu medo do escuro tornou-se banal e eu ganhei novos olhos.
Agora eu preciso correr, meus cativados esperam. Por uma nova estória, um novo carinho. Um novo alguém que acredite que a vida vai guinar, e que a velha página de agulhas e salas ofuscantes será apagada por novos gestos, sorrisos e pelas suas novas lindas histórias.

quase

Só me explica o motivo desse meu medo
De negar todos os dias
As coisas que eu mais desejo

descoberta





Foi fácil dizer tchau pro mundo, pras vontades, pras tolices. Foi fácil largar meus sonhos, meus planos, minhas mãos atadas.
Menos complicado ainda foi dizer não ao homem da minha vida, com seu sorriso, seu brilho.
Complicado foi seguir. Desistir de tudo, por um quase nada. Quase impossível foi dizer sim, reconhecer. Dar uma chance, reinventar [a mim mesma

sem nexo



é no vazio
que eu me preencho
é na solidão
que eu me acompanho

terça-feira, 3 de abril de 2012


séc 21







Você sabe
Eu sei:
Ninguém tem porra de ideal nenhum
Nossas mentes estão praticamente tomadas pela mídia
Enquanto afogamos nosso corpo em cachaça barata
O mundo tá explodindo
E lá vou eu, acender meu primeiro cigarro
Curtir uma vibe que vai me dar tontura e uma garganta inflamada.
Eu, revoltada, entusiasmada, fodida
Eu, pequena, princesa
Desistindo do mundo

segunda-feira, 2 de abril de 2012





Você me teme assim, pequenina, lagarta
Eu fico pensando é quando eu estiver borboleta!




É melhor terminar por si
do que chegar ao fim de mim
[e terminar mais uma vez]