terça-feira, 29 de maio de 2012


No fim, eu sou só a menina que quer se refugiar embaixo das cobertas [ou em braços alheios] pra chorar todo o sangue que tá guardado aqui dentro.

anos luz

Carros. Motos. Pessoas.
O vento roçava nas folhas, uma criança corria.
Adultos, falando, por todos os lados.
Um telefone toca. A mãe briga com seu filho.

Naquela noite, o mundo inteiro fazia barulho.
Mas o único som que eu ouvia era o do nosso beijo.
Passou quatro dias sem se banhar e três noites sem dormir.
Mas ele vem! Ele me ama! Ele prometeu, jurou que viria.
Morreu até se matar.
E ouviu jazz. E blues. E MPB. E Nirvana. E chorou. E quebrou vasos. E se amaldiçoou.
Cansou.
Passou uma faca na garganta
[e o tal homem nunca veio

peculiar

'' - Se eu te disser algo, daqui a cinco minutos eu vou mudar de opinião.
Pausa.
- Quer esperar cinco minutos antes de responder, moça? ''
Ela gostava de brincar com o tempo e parar velhos relógios.
Parava-os para adiar a vida [ou quem sabe para controlar a morte]
Ela desaprendeu a viver [ou quem sabe nunca soube]
Ela queria desapego sem sofrimento e o queria.
Ela precisa de uma droga de esquecimento, para soltar as mais fortes memórias.
Ele tem gestos lindos. Simples.
Ele arrebenta meu dique de lágrimas [e nem sabe

Cotidiano

Escreve em mais um caderno. Rasga mais um livro. Corta novamente o pulso.
Recusa outra bebida, toma um remédio. Vira. Morre. Ressuscita.
Rasga. Outro livro, outra alma.
Enlaça. Outro corpo, outra língua.
Bebe (mais saliva). Corre. Foge. Rápido.
Voa. Volta. Dorme. Acorda. Ri. Transa. Abraça. Veste-se. Dorme.
Morre. Acorda. Mais remédios. Xícaras de café.
Dentro em breve, perceberá que nunca mais contemplou as estrelas.

domingo, 27 de maio de 2012

Faz logo essas malas! Bora! A gente foge [e fode] ainda hoje

Há dias o vento sopra teu nome em meus ouvidos.

Tua humildade em sussurrar o que sente, me aninhando no calor dos teus braços frios, no roçar da tua boca em minha nuca. Na noite em segredo.
Eu nem tive tempo de pensar em nada, só queria tuas mãos nas minhas, luar e silêncio.
Luz. Chamas. Fogo. Ardor sem dor.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

eu
o
amo

Eu não falo com você
Você não fala comigo.
E assim, um namora o orgulho do outro.
Eu não gostava de mudanças
Até que eu passei a gostar
[porque percebi que mudei]

Birrento

'' - Eu quero ir pra casa! ''
Ele dizia, deitado no sofá de sua casa.
E eu sabia, não disse nada mas sabia, que a casa que ele procurava era, na verdade, um lar.
Eu te quero
Sempre quis
Desde o dia em que o brilho do teu olhar
Encontrou o meu.
O maior erro das meninas não é excesso de maquiagem
Saltos de sapatos ou combinação de roupas.
O maior erro das meninas é mergulhar de cabeça
em moços de mares rasos.
Ele me beijou os lábios.
Afagou meus cabelos.
Beijou minhas bochechas
Tocou levemente minha boca.
E, como se tudo isso não bastasse, ele disse, entre-beijos, que me amava
[não explicou a forma de amor, e mesmo assim nem precisou]
Meus lábios, hoje, estão rachados.
Cinzentos.
Mortos.
Lindos.
Cheios de poeira
Do seu míssil que me visitou noite passada

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Minha inspiração vem de putas.
Escarros. Negros. Peles. Olhos.
Profundos. Oceanos. Secos. Mundo.
Luxúria. Línguas.
Tudo o que sai de mim é um parto branco, contornado, dos mais variados pecados.


(Para João Gabriel R., porque? eu nem sei. ele merece!)
Eu o amo.
Continuo amando.
Querendo.
Cuidando.
[mas não a ponto de lutar para mantê-lo em minha vida]

He come to me

[just in dreams]

He make me feel good things

[but it's just in my dreams, every fucking night]


[...] é como se eu estivesse me expondo em uma vitrine.
eu fico gritando, gritando, gritando.
Há uma multidão na rua.
A vitrine é de vidro.



[mas ninguém faz questão de me ver]

Eu me sinto pesada;
O banho de chuva de ontem não foi suficiente pra lavar minha alma
Saciar meu corpo.
Expurgar meus pecados.

Andar dói.
Não, eu não tô falando de doer o corpo. Eu tô falando de alma.
Desde o início, a sina do ser humano é andar.
Alguns tem rumo e agradecem. Alguns tem e não querem. Outros não tem e querem. Mas tem o tipo raro, que andam pra onde o vento soprar.
Eu, por exemplo, já percorri muitas milhas (apesar da minha pouca idade).
Aprendi que atalhos nem sempre são bons e que os caminhos podem esticar ou encolher dependendo de quem esteja ao seu lado.
Também perdi coisas em minhas caminhadas.
Perdi chaves.
Documentos. CD's. Livros. Estórias. Sentimentos.
Perdi pessoas.
Enquanto eu andava, coisas queriam me puxar pra trás e eu, por pura questão de sobrevivência, pisei nelas.
Nesses caminhos também deixei minhas lágrimas.
Já sou uma moça, não preciso mais chorar, me ensinou mamãe.
E, como se somente andar não bastasse, nós crescemos.
Largamos. Somos largados. Aprendemos. A sermos solitários.
A descontar em nós todo tipo de dor.

sem nexos anexos, eu vou

É como se eu gritasse.
Me surrasse no meio da multidão.
E mesmo assim, ninguém me vê assim, quebrada.
Eles só querem meu olhar brilhando, meu sorriso aberto o dia inteiro. E o que eles querem, eu dou.
Mas eu faço isso só pra ninguém ache estranho, quando eu estiver sangrando, a ponto de sumir.

quarta-feira, 23 de maio de 2012


Eu fico gritando
teu nome
cabelos
olhos
sorriso.
Guardando a sua pessoa
dentro de mim
Hoje eu acordei, e andei na chuva.
Me encharquei!
De água.
Frustração.
Tédio.
Renovação
Eu lembro
Da tua respiração entre-beijos a cada cinco minutos
[e fico querendo te asfixiar ainda mais]
* I *
Ele insiste em querer em mim a boneca fingida
Que eu jamais serei.

* II *
Ele insiste em querer me concertar
achar um jeito
botar na linha

[e é óbvio que um menino
não vai conseguir fazer isso comigo]
Eu joguei tudo. Larguei as certezas. Confiei que você conseguiria segurar a barra (comigo, é claro!)
Porque você, moço, tá valendo mais do que qualquer coisa, mais até do que a minha palavra (eu nem deveria dizer isso, mas é a verdade)
Eu entrei em você querendo poesia. Você entrou em mim porque, talvez, estivesse cansado de melancolia.
Agora, nem você fica tão triste e nem eu fico sem escrever.
Se é algo além disso, prefiro o segredo moço.
[aiaiai lá vão mais uma ruma' de coisas que eu nem deveria dizer]
Eu só sei que quando você me olha, eu viajo. Me solto.
Fico querendo seus olhos em mim, pra sempre.
Seu moço, não para de me ler.
Não para nunca de ouvir minhas histórias.
Não deixa de me sorrir, de me abraçar, de tocar meus lábios, mesmo quando
as coisas estiverem difíceis.
Não me nega a tua poesia.
Não me tira da tua vida, dessa insana filosofia.




(Pra Talita Santos. Tem coisas que só ela entende, vai entender porque!)

terça-feira, 22 de maio de 2012

ela acreditou. pés descalços, sorriso no rosto, brilho no olho. ela acreditou quando ele disse que jamais iria embora. e embora ela imaginasse que era impossível, alguém continuar ao seu lado, ela o seguiu. foi no embalo daqueles pés que a levavam, com suor, vontade e cansaço.

segunda-feira, 21 de maio de 2012


você aceitou os riscos
quando disse que queria ler
minha vida difícil e fodida
de livros proibidos

hoje eu me descobri
humanamente [des]humana
quando quis arrancar tua pele
no fino azeite em minha língua.
Eu juro que nem queria, mas eu o desejei.
Mais um dia se foi, e eu ainda quis aqueles olhos cálidos.
Vem com teus cheiros diferentes.
Mata minhas certezas. Estraçalha minhas dúvidas.
Me enche de ti.
Admite tudo pra mim, só mais uma vez.

ela

Eu hoje passei o dia inteiro te procurando...
Levei as horas te querendo e cada minuto lembrando teu 'eu'.
Todas as tuas palavras e vontades passaram por mim, e eu beijei,
sem vontade e por míseros segundos, outros lábios.
Me perdoa.
Nem dormi, querendo outra noite insone ao teu lado. Uma noite em que nós nos tecemos.
E sorrimos e queremos.
Eu quero. Preciso. Necessito.
Que você se joge em mim.
E aí, nós daremos as mãos.
Arriscaremos, já que não temos nada a perder.
Sabe o que houve? Eu já não aguento mais essa coisa de navegar outras águas querendo as suas.
Oh, seu moço! desfaz esse nó das nossas cabeças.
Garante, grita, que serás meu, nem que seja por mais uma vez.

sexta-feira, 18 de maio de 2012


Andaram.
- E aí, tá tudo bem agora moço?
- Não.
- Porque?
Aproximam-se
- Falta um beijo.

[Enfim, o resto dessa história, a gente sabe sem querer.]

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Hoje ele me quebrou toda sem saber.
Não respondeu minhas perguntas e me fez repensar se todos esses riscos valem a pena.
Quem sabe ele já queira pular fora, e tá sem coragem de dizer.
Acho que ele já nem precisa de mim, e só quer uma oportunidade pra pular fora.
Pelo meu ver também, acho que meu encanto pra ele se foi.
Quem sabe ele diz que ama outra moça, outra donzela e eu nem sei.
Ele é só um menino sozinho com umas atitudes bobamente sexys
Eu não resisti
Mas hoje ele parece querer um ponto final em nós.
E eu não terei como negar.

(pra minha linda que não quer ser identificada)


* I
O que há de mais real em mim
são puras ilusões

* II
Eu escrevo as coisa na minha visão
Se eu quisesse melancolia mórbida
suja, sem graça
nem viver eu viveria

Eu o matei.
Matei mesmo, sem dó e nem piedade.
Peguei uma faca e o golpeei. Ele teve culpa.
Confiou demais, acreditou demais. Amou demais. E tudo isso me incomodou.
Sim, isso me afetou.
Por isso eu cometi esse crime. Ele mereceu esse castigo. Era demasiado idiota, não conseguia mais viver nesse mundo.
Era bobinho bobinho. Não podia ver aquele sorriso que enlouquecia.
Ele não precisava mais de mim, e nem eu dele. Por isso eu o destruí. Foi rápido, quase indolor.
E com dois golpes, eu matei o tal do meu coração.
Mãos são boas.
Para ajudar
Erguer
Empurrar
Acariciar
E até punhetar
Os corpos mais limpos
Com almas mais sujas
Andaram até a Rua Da Guerra.
Ele a beija.
Ela ri. Quebra o silêncio.
- Vamos voltar pras nossas vidas medíocres moço?
- Ainda não.
- Porque moço? Quer dizer, que se ferre!
Ela o beija.
Ele ri. Quebra o silêncio.
- A parte mais legal da minha vida tá acontecendo agora.
Beijo.
Riso.
- Que se ferre! dizem juntos
Beijo.
- Moço...
- Diga.
- Isso vai virar prosa, estória, poema..
- Você me usa!
Eles riem.
Ela o beija. Devagar.
Com secreta vontade, com ligeira demora.
- Você sabe que eu não uso, moço.
Beijo. Longo? Quem sabe.
Ela se vira. Ele vai embora.
E a Rua Da Guerra foi inundada.
[de segredos, dúvidas, suspiros e um pouquinho de paz]
Eu quis, secretamente, levar um punhado daquela areia comigo.
Parece tolice, loucura.
Mas essa seria a minha forma de lembrar
as tuas mãos em minha face e seus lábios e língua quentes
a beijar-me sem tréguas, por longos minutos,
enquanto as ondas iam e vinham e quebravam na arrebentação.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

luarada'

é isso, nevoa.
pagar pra ver, fazer mal pra sentir bem.
dói. e os remédios que eu conheci já nem me curam.
é divertido. mas quando eu o vejo, queimo toda [e jogo água, nego mil vezes
os pensamentos fogem, as mãos suam
e olfato clama por ti
você se joga com vontade de voltar.
vício. droga. compulsão
e no meio da noite, não há você e eu tenho sérias crises de abstinência
seu corpo gravou em mim [puro desejo? luxúria? quem sabe?
eu continuo arriscando a noite na falta de você.
eu te vejo na ponta da rua,
e mentalizo 'não' mil vezes
quando você chega no começo de mim,
eu enlaço seus braços
quero ser seu céu seu chão sua pilastra
sua mulher, puta [de um homem só] e sua morada.
moço, seu jeito
olhar, pele, beijo
fogo
tudo.
marcou meu pobre eu
marcou a menina boa
atiçou a menina má
que odeia ver teu sorriso
e começar a se encantar

(Pra Gabriele Sousa, que se encontra no meio caminho das putas-santas)


segunda-feira, 14 de maio de 2012



pros delícias

o que seria de mim sem os olhos de vocês pelas minhas palavras?
cada Gabi que vocês veem aqui é diferente, e pertence a cada um de vocês!
minha jenta', eu os amo demais, meus leitores.
MUUITO OBRIGADA por fazerem parte dessa jornada.
Se não fossem suas cobranças, isso nem teria saído.
enfim, eu os amo incondicionalmente !






Eu ficava sempre disponível pra ele, sempre perfumada. Limpa. Pura.
As amarras que nos prendem estão mais fortes e eu sinto medo.
Nas horas vagas (quando ele nem precisa de mim) eu escrevo.
Ou finjo escrever, e quem sabe as pessoas fingem que leem
Esses dias e queria andar sem rumo e, sem querer, desejei outra companhia.
Pedi secretamente outra alma. Outro corpo. Outros lábios. Com aquele belo outro sorriso.
Ontem eu custei a dormir. um punho de ferro apertava minha garganta e eu lembrei o quão divertido é o outro
lado.
Mas é incrível como eu me derreto quando meu Senhor chama meu nome.
E eu sei lá! Ele sabe como me segurar (o outro sabe como cortar as cordas) e quando eu me solto, ele nem sabe.
Dentro de mim, eu tenho duas.
A quente e a fria.
A boa e a má.
A bela e a feia
A santa e a puta.
Eu quase me despedaço, mas controlo-as
Enfim, sabe o que é?! Eu amo meu Senhor com a profundidade do oceano
[meu outro, eu amor querendo arrancar a pele e o tato, direto em meus lábios]
Tá tão na cara
Quando eu ando, falo
Meu sorriso é tão grande
Que dá pra ver de costas.
Quem cruza olhares comigo, sabe que eu tornei a te encontrar.
'' Se eu morrer, me mantém vivo dentro de ti, pequena?
Eu te amo demais pra te deixar! ''
Eu tenho medo
E ao mesmo tempo eu amo
Esse caleidoscópio no teu olhar
Com você eu seguirei o vento
Com você eu inventarei letras e palavras e gestos

Pra você eu quero dançar, escrever e ler.
Pra você, eu pintaria os rios de cores tintas e contaria meus segredos
com a luz acesa

Moço, você me deu o privilégio da certeza.
Sendo assim, não me chuta no abismo.
Não me deixa largada no escuro
Já nem me dá tanta vontade
de escrever pra você
[esse é um dos meus primeiros sintomas
que dizem que a paixão acabou]
Gastei contigo
minha última reserva de felicidade.
O engraçado é que eu te encontrei
quando pensava que nem merecia mais amar
e nem nada dessas coisas.
Com licença, minha gente
Eu também erro!
E de uns tempos pra cá
eu venho querendo
coisas que nunca vi.
Desde que eu te conheci
minha vida tem sido assim:
correr riscos
apostar tudo
amar gritando.
Desde que eu te conheci,
minha vida se resume
em correr atrás do que é bonito.
Hoje meu relógio deu pane, enquanto você corre por algum lugar,
na rua ou em sonhos,
quem sabe em busca de lugares que nos contém.
Hoje eu olhei pras estrelas pela última vez, e pedi você.
Sorri sozinha ao lembrar nossas caminhadas e idas e palavras
e abraços e beijos e tapas
e mordidas
[gargalhei ao lembrar do nosso afeto]
Como que queria andar sem rumo com você.
Como eu queria seus olhos e seu sorriso
Diante das minhas histórias.
Pelo
Pele
Poro
Você explodiu aqui dentro
[tal qual um meteoro
É porque de uns dias pra cá, você parece ter grudado em mim.
Fico na loucura de vê-lo, sentir seu toque, ouvir sua voz. Te arrancar um sorriso.
Você chegou pra mim cheio de incertezas, receios e um lindo brilho no olhar
Todos os dias, várias pessoas passam por mim e esse sol lembra você, pegando em meus cabelos, beijando minhas mãos.
Você pra mim é a chuva de verão, que desce no pior calor em meu corpo;
É lindo, como o vento em meus cabelos.
Você pra mim é a realeza e eu, Gabriele Antunes, sou sua mais humilde serva.


Você faz com que eu me sinta fria,
vento
invisível

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A minha vida?!
Nossa, tá otima!
Linda! Maravilhosa mesmo!
[mentira! tá a mesma mesma merda tediosa
com as mesmas pessoas cretinas de sempre]
Eu sei.
Você veio aqui pra dizer que vai embora da minha vida
O motivo?
Eu prefiro nem saber
[porque ou é mentira
ou eu vou amar ainda mais você]
Ele dizia, numa rotina tododia, que nunca iria me esquecer.
Hoje, ainda me pego enrolada para entendê-lo.
Incógnitas depois pistas depois nada.
Ele é do tipo que me marca no escuro e que deixa o vento passar por mim.
A incerteza, o sorriso, o proibido.
Ele me pede pra ficar, e eu me esforço para dizer não.
Mas acabo me rendendo, me jogando.
Faço [malabarismos para não me encantar]
E tudo o que houve, eu irei absorver
É que hoje eu acordei diferente
Encontrei um caminho, uma razão pra mim.
Pra recomeçar
Melhorar o que eu quero ser.
Eu abri os olhos, e vi,
Que essa razão é você



sábado, 5 de maio de 2012

nessa nossa brincadeira de tatos,
tinta, suor e sangue
teu nome ficou gravado em mim
tô fazendo feitiços, moço
já contratei todos os santos
e ofereci prendas
[a troco de me desgrudar da tua vida certinha]
eu sou a menina
que tua mãe aponta na rua
e te manda não se misturar



meia noite.
eu tava na rua, plebeu. conversando com mil pessoas e ninguém.
algumas horas atrás, eu te disse tchau, te dei um beijo, te deixei ir.
agora tô ouvindo nossa música, aquela alegrinha, boba, e sendo sufocada por essas paredes que parecem saber de você.
já peguei o telefone e queria te ligar, mas esqueci essa ideia.
já andei até a cozinha e nada dessa sensação passar.
fui até as escadas e gritei teu nome, depois tive medo, e sussurrei bem baixinho.
meia noite essa coisa não vai embora, e nem eu vou atrás de você
sabe plebeu, já são meia noite
é bem tarde
e eu sinto uma imensa saudade do teu sorriso.



Eu sei
deveria negar todas as vezes que você adivinha minha mente
[a forma como eu lembro de você, e de como eu lembro do nosso afeto
e do seu jeito, pelo, beijo, poro, pele]
eu deveria negar
mas simplesmente não consigo
pois assim, estaria dizendo não
à mim mesma







hoje tudo sacaneou e as ideias não vieram
eu adoeci, me entristeci e ele nem cuidou de mim
os dias passam lentos (ou nem passam, que seja) e tudo continua a mesma estupidez
livros, tédio
café! quanto mais melhor
quero as asas, moço
que asas menina?
as asas que esse mundo doente e caótico me roubou, minhas lindas asas azuis
(sim, eu voei. e por muito pouco não voltei)

quinta-feira, 3 de maio de 2012




não dê conta de mim
amanhã eu vou pra rua sem pressa de voltar
[nem sei se vou voltar]

juras juras jurei

Noite. trilhas. caminhos. oráculos. pegadas
negros. Seus cabelos, olhos, suas mãos bandidas.
Rosados. Sua língua, aspectos e lábios.
Como uma boca de segredos macios.
Lua. Pra quê te quero.
Silêncio. Por ser preciso.
Amor. Há de negar?
Lisa é sua alma. Pesada as suas costas.
Vontade. De te falar, de te sorrir. De me perder [em você? mito, lenda]
Nós. Um nó cego, três socos no ar.
Lindo. Seu conjunto, seu brilho.
Olhar. Que me ganha, transporta, desaba. Deságua. No teu mar.
Segredo. na noite, beijos ao vento. Pegadas apagadas.
Lisos, e macios e lindos e rosados são seus lábios.
Silêncio. Quando seus dedos, negros, me encontram. Noite. Nosso ponto de encontro.
Nós? [continuamos esse nó cego]
Desabo, te espero, me perco. Ruborizo. Lanço. Minhas tormentas, nossas crenças [ateístas]
Saudades! (mesmo após tê-lo e vê-lo e possui-lo. Beija-lo. No escuro, na esquina, na pedra, na grama, em você, em mim)
Explodo! (Essa sina, seu caminho. O 'nós' que eu quis)