quinta-feira, 1 de novembro de 2012

se algum dia tu se sentires preso, pássaro na gaiola da tristeza, eu te liberto. liberto, sim. te deixo. te dou ao vento. não, não é o que eu quero. o que eu quero, tá longe disso. eu quero sentir teu cheiro todo dia, quero ouvir a tua voz todo minuto. eu quero você, da raiz do cabelo ao mindinho do pé. eu quero você pra decidir caminhos e quero você pra dividir o lençol. eu ceguei. enlouqueci. e você é a coisa mais linda dormindo. é a coisa mais linda respirando. é contigo que eu quero raízes. é pra você que eu quero ajoelhar, jurar amor, morrer no calor. é a tua respiração que eu quero na minha nuca, de madrugada. é a tua cabeça que eu quero encostada no meu seio, caindo de sono, de cansaço, de tédio. de nada; mas se tu quiseres ir, eu deixo. vai, cai na vida. mas volta, volta. e diz que sentiu falta, que 'morreu de mim'. que o mundo é feio, e que eu sorrio bonito. diz tudo, grita alto. mas não deixa o seio da minha vida. não me deixa contando histórias pro nada. não me deixa escrever intermináveis cartas à ninguém.

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